24.7.08

“soultrap”
[24/07_12:28]

tenho medo das minhas vontades de escrever. normalmente elas apareciam quando eu estava em alguma situação desesperadora, inconfiante em qualquer um.

[você se conhece? você sabe quais são os seus problemas?]

fico em dúvida sobre uma série de pessoas que estão ao meu redor. na verdade não me importa os segredos internos de cada uma delas, mas o quanto elas transparecem a essência de sua personalidade, do seu eu, e de como elas me tratam.

eu sempre disse que precisava de uma dúzia de pessoas perto de mim pra me sentir bem, e que essa uma dúzia também mudava sempre. não queria mudar, eu gosto tanto delas, mas não confio, desconfio, me incomoda.

não consigo conviver com a falta de compreensão. temo esse ser um dos meus problemas: discordar do que eu simplesmente não encontro modo de entender e não fazer a mínima questão de ser político quanto a isso.

eu [na maioria das vezes, não em todas] penso demais.
isso ME faz bem, mas não costuma ser assim com quem está a minha volta.
ou é, só que a praticidade teórica do excesso de pensamento não é muito funcional em outras cadeias de DNA além da minha.

[preciso da minha blusa, preciso colocar o capuz quando eu fico sem graça e quero me esconder, de conversar e ter medo das conseqüências inconseqüentes das decisões que eu não tomei, das coisas que eu não falei, de me sentir aliviado e alguns dias depois ficar tenso, e perder o ar.]

e mais do que o medo de escrever, eu tenho medo de sonhar. [e a história se repete].

sumiram pedaços da minha jarra de vidro, e por mais que a cola seja instantânea e eu tenha paciência pra tentar montar todo o quebra cabeça, ainda ficam todas as marcas, e sempre vaza um pouco de cola.

[since the day of my departure, I've been stumbling through reality. meu auto-controle me tranquiliza, mas eu já não aguento mais toda essa "inconstância". been hiding since I heard "never".]

10.7.08

"two tabs of mescaline"
[03/07_15:58]


enrola o cabelo, bota a mão no bolso, abre o email que é pra não esquecer de nada
procura a blusa, [que não está no mesmo lugar onde ele a deixou] e lembra que está tudo ali.

sofre por antecipação [ou não, o filme já foi exibido de forma bem nítida], briga, se frustra
abre o portão e sai pra comer, liga, desliga.
[passam os dias mas não passam as sensações]

gosta tanto, não gosta nada, não importa se a ordem dos acontecimentos seja nessa ordem, o turbilhão e a vida não são, mas é assim que sai, é assim que ele bota pra fora.

sempre reclamou do cansaço, mas agora parece mais forte, [o interfone toca, o cabelo coça] mais gente chata aparece.

chama Deus pra tomar um café.
talvez [F-]5 minutos de paz [refresh, refresh, refresh. não chega].