22.5.06

"reflexo estapediano, uma (falsa) alegria e mais uma dose aqui, por favor"
[06:46_16/04]

todo mundo aqui jah sofreu ou um pouco ou um muito. isso é irreversível.
por mais frio e calculista que se possa parecer, sofrer sempre foi uma recorrente.
independentemente do quanto, dos motivos e se com razão ou não, e eu não quero perder meu tempo julgando ninguém.
mas sofreu, e isso é fato

mais três histórias que se cruzam. mais quatro, mais cinco ou mais dez. depende da situação e do ânimo.
agora são quatro. que tentam se distrair com qualquer coisa que possa tirar a própria atenção de dentro da cada um

"a grama do vizinho sempre é mais verde" jah dizia um velho ditado sabe-deus-de-quem.
eu mudei. "a grama do vizinho é sempre menos verde", pq é muito mais cômodo prestar atenção no problema alheio do que no próprio. o "vizinho" sempre vai estar errado em fazer algo que você também faz, igual ou pior. e você, claro, SEMPRE vai estar certo.
mas, agora nem tem muito dessa. jah que tah todo mundo no inferno, abraça o capeta.

" - e ai? qual é a de agora"
todo mundo se pergunta. antes de parar no primeiro supermercado a vista

mais uma das minhas paixões estranhas: supermercados.
desde novinho, eu sempre achei o ato de ir ao mercado fazer compras algo quase ritualístico. entre intoxicações por causa de iogurte e manhãs atrás de algo doce pra comer e ver se a tontura por causa dos excessos da noite anterior diminuiriam, passaram quase 15 anos...

quem diria que eu ficaria desse jeito.

" - nesse naun tem nada de bom...vamos andar que deve ter algo melhor"

e corre. e anda. e passa nos mesmos lugares de sempre.

" - direita. direita"

risadas. silêncio.
isso é normal no nosso comportamento mesmo.

" - e agora, qual vai ser?"
" - isso e isso"
" - tah bom..."
" - quer saber? leva só um refrigerante. e vamos andar"


eu conheço aqui bem. mesmo. metade das minhas andanças, úteis, necessarias ou não, tiveram esses lugares no meio.
e pra mim tah bom. faz bem eu ver esses mesmos lugares.
e eu tô no meio de três corações partidos. e de verdade. de carne e sangue. e que sofrem

"será que isso é verdade?" penso eu, remoendo uma história que jah dura mais de um mês. e que a cada hora parece mais óbvia e mais absurda. e num lapso de inconsciência, parece um tanto quanto neurótica

"- opa! 3 doses aqui, por favor..."

[Inner-Tom & Jerry]
e eu cheguei no fundo do poço.
não no fundo. mas eu ouvi uma amiga minha dizer que eu jah bebi minhas próximas 5 decepções.
eu não gosto de ficar assim, mas eu gosto do frio
eu não gosto de fingir, mas eu tô rindo
e...eu não tô fingindo, mas não é, digamos "honesto"
pelo menos agora, neste exato momento, não
[Inner-Tom & Jerry]

" - brigadão..." eu falo, e olho pra tv...e tah passando Butterfly Caught, do Massive Attack...

"senhor....isso é total som de bêbado", penso eu, bebendo um pouco daquele refrigerante e olhando fixamente pra tv...

e esse clipe é meio bizarro, lah pelas tantas o cara começa a se transformar numa borboleta e por ai vai...
e eu acabo lembrando de uma história que jah fez me pensar bastante.


"você sabia que quando uma borboleta sai do casulo, ela só tem 2 horas de vida?"


2 horas.120 minutos. 7200 segundos.
o que que é isso pra tanto tempo preso dentro de algo se transformando em algo completamente diferente das suas características iniciais do seu corpo?

e o meu famigerado mau-humor jah usou essa historieta como arma também.
uma das minhas "histórias mal-resolvidas" um dia falou que queria ser uma borboleta.
e eu soltei essa ai de cima...
não é a toa que virou uma "história mal-resolvida", óbvio.


voltando ao refrigerante, que a essa altura do campeonato jah acabou, e eu decido sair dali.
e ir onde der, pq eu ainda tô bem...

afinal, quem tem problemas a se resolver andando as 3 da manhã? e com o ouvido doendo, além de tudo.
porque o som aqui dentro tá alto pra burro

2.5.06

"conjugar verbos é um exercício bem divertido."
[01:30_17/04]

eu erro
tu erras
ele erra
nós erramos
vós errais
eles erram

1995. um frio desumano. eu devo ser masoquista, só pode. e dos bons, dos que fazem inveja aos discípulos do Marquês de Sade.

eu odiava frio, e hoje conto cada instante pra tomar aquele vento gelado e com garoa, na cara.
mas todas as manhã eram recompensadoras principalmente pelos exercícios de conjugação de verbo que eu fazia com a minha mãe no caminho pra escola
10 anos depois a idéia de "errar" se tornou cotidiana até. seja eu errando, seja alguém errando comigo.

como eu sempre acreditei no lance de "tentativa-e-erro" isso é o de menos...
mas pra quase tudo tem um limite.
errar é humano, mas persistir no erro é gostar de chutar o pau na barraca em proporções gigantescas. e eu não suporto esse tipo de atitude. principalmente de quem faz isso em tempo integral.

a um ano atrás, eu vivi praticamente as mesmas coisas que agora. se agora eu tenho certeza de ter feito o melhor que eu pude o tempo inteiro, a 365 dias atrás eu tinha certeza ao quadrado, mas quem disse que isso é argumento pra orgulho ferido?
acho que um dos grandes males da modernidade é a mentira. não é a toa que quase tudo hoje em dia é feito de plástico.

eu não entendo a atração que quase todo mundo tem por fazer as coisas e depois tentar "jogar pra baixo do tapete" com a desculpa mais esfarrapada possível, ou então passar meses e meses reinterando a mesma história pra tentar ao menos ficar tranquilo diante à aquela situação, mesmo quando milhares de pessoas já contaram, confirmaram e provaram um argumento bem diferente do que você acabou de dar...

sei lah... "it's hard and complicated..." diria Jonas Renske agora...
mas é isso mesmo. a mentira me "fascina". [só pq não tem outra palavra pra usar agora]
em momento nenhum eu quero dar uma de "puritano-católico-senhor da razão-santo" aqui. mas não é do meu feitio mentir.

em mim [sim, eu jah menti], rola algo parecido com dor. ou então aquele frio na barriga que a gente tem quando faz alguma coisa errada e só escuta nossa mãe berrando nosso nome e fulminando a gente só com os olhos.

mas, se tem uma coisa que realmente dói é você escutar de alguém que tem TODA a culpa no cartório que você é o mentiroso da situação. que é você quem tem inveja. que é você quem inventa os devaneios.

"cara, jah tive motivo pra matar um, se é isso que você quer saber..." é a primeira coisa que me passa na cabeça quando eu lembro dessas histórias...

porque hj não tem noites de sábado passadas na frente de um computador inventando mentiras.