24.12.09

"as cartas que nunca sair[am/ão] daqui"
[21/12_01:45]


às vezes eu me inspiro. as vezes eu guardo as inspirações pra esquecê-las. talvez pela dor latente que aparece quando elas aparecem, ou por falta de tempo, ou ainda por preguiça. mas as vezes, e mais do que nunca ultimamente, elas foram guaradadas constantemente.
mas eu tenho uma coisa que é constante em mim, que é a necessidade de deixar tudo isso aqui. nem que seja pra ficar girando num mouse scroll por meses, ou abandonado por outros, mas uma hora tudo isso precisa sair.

e talvez saia. o "talvez" é porque hj, sentado ali, conversando e com um nervoso estomacal inexplicável, eu acabei constatando que pra mim, tudo gira em torno de medo.
o mesmo medo de alienígenas, de cachorros e de atravessar ruas é o medo de não apertar o botãozinho vermelho e detonar tudo. pq é isso que eu acho que vai acontecer.na real, é o medo de não ser a decisão mais coerente. mas por que que essa decisão tem que vir de mim? na real, eu acho que é só pela minha excessiva auto-cobrança ou pelo meu medo de errar.
medo, medo, medo. ok, bem fraco isso não, 23 anos na cara e ainda brincando de ter medo. mas é real. é o medo de parecer arrogante, ou o medo de ficar sozinho, ou o medo, ou os medos

sempre eles. e sempre eles que aparecem pra me fazer questionar. que seja. enfim. de qualquer jeito eu vou tentar elencar as últimas grandes-pequenas idéias que passaram nesse emaranhado neuronal aqui.

- eu vivo a espera das coisas que eu deixei passar por qualquer motivo. tipo, ela vai voltar. seja ela, ela ou ela. sejam os colchetes, as estrelas ou as luminárias. mas não vão agora. e eu disfarço essa tranquilidade trabalhando, me mantendo ocupado e me alimentando com a idéia de que eu sou melhor que todos eles. realmente eu sinto falta das mixtapes, das playlists e por ai vai.

e isso é paradoxal. como eu sou melhor se a cada semana minha midlife-crisis tem um motivo diferente? como sou melhor se eu mesmo me auto-saboto ficando quieto e abaxando a minha bola o tempo inteiro? bom, mais uma meta a ser descoberta nesse ano

- tenho tido uns desconfortos com intolerância. na real, intolerância com algumas situações específicas de pessoas específicas. talvez seja uma forma de carência, talvez seja só meu mal humor sempre latente, não sei. sei que me irrita esse lance de "fingir prestar atenção". o triste é que normalmente isso vem de pessoas que realmente me importam. mas bom, mais uma resolução de ano novo lidar com isso

- fora a cobrança com os meus fantasmas. antes dos fantasmas "amigáveis", vem os fantasmas "profissionais". bom. de qualquer jeito isso também está desenhado pelos próximos meses. veremos como as coisas desenrola

mas o bom é que diante de tudo isso, eu posso encher a boca e fala que eu eu tô onde eu quero, fazendo o que eu quero, quando eu quero, me virando, e que se o meu "eu" de um ano atrás me encontrasse hj, eles iria ter certeza que funcionou. ao contrário dos outros anos, esse, de fato, apresentou um progresso. posso falar de boca cheia que eu tenho o que grande parte do mundo não tem.

e o resto. a gente resolve antes desse ano acabar ainda. espero.

[continua.]